terça-feira, 4 de março de 2014


SUPEREGOS AMEDRONTADOS E A BOMBA DO REAL

arte: rubens jr



- Eu vejo superegos fragilizados em busca de um bode expiatório!
- Com que frequência?
- A todo o momento, no face e na vida cotidiana.

A cada dia que passa, a legião de superegos amedrontados, apequenados, acovardados vagam a procura de um bode expiatório para conter os impulsos de seu ID. A cada "bandido bom é bandido morto", "leva para Casa" e "cidadão de bem", fica mais claro a necessidade que alguns têm de tentar reafirmar a si mesmo certos valores por meio de comportamentos violentos dirigidos, geralmente, a terceiros em situação de vulnerabilidade. O ódio, a intolerância, a busca pela saída violenta nada mais é que um mecanismo para tentarmos perpetuar (ou salvar) a imagem saudável (e ilusória) que temos de nós mesmos. Quando essa mascara é revelada, todo argumento rui. Tenho medo de superegos acuados e egos superestimados. Agir pelo bem, foi a motivação de todas as guerras, genocídios e opressões. O discurso dualista pode confortar vários. Mas me amedronta.