O crime como uma patologia e a justificação para profilaxia social.
Autor /desenho: Rubens Jr. A Escola Positivista talvez seja hoje a teoria mais estereotipada da Criminologia moderna. Não sem motivos, pois consolidou o ideário confortante e burguês, onde o comportamento violento e anti-social teria um fator predeterminante que estaria patologicamente identificado em certos indivíduos. Nada melhor que uma teoria discriminatória e segregacionista para pacificar e principalmente justificar um verdadeiro Estado de exceção. Atribuir à violência aspectos biopatológicos, atávicos e deterministas foi atraente, cômodo e providencial a emergente classe burguesa do século XIX. As ideias de "inimigo" que hoje poluem e conspurcam o ambiente acadêmico são, de certa forma, frutos da maneira positiva de se ver o crime e o criminoso. Uma maneira paradoxalmente falaciosa e fácil assim como incoerente e justificada pelo empirismo.
Ressalta-se que o positivismo trouxe também avanços à criminologia, que não são destacados -pasmem!- devido à imagem que se instalou no ideário popular sobre o "criminoso lombrosiano". O que não deixa de ser extraordinariamente irônico... Ver o positivismo na âmbito da evolução da ciência criminal ser ESTIGMATIZADO e desvalorizado pelas novas ciências. (Rubens Correia Jr.)